A Casa do Coronel Basiliano Sarmento


A Casa do Coronel Basiliano Sarmento é um dos mais emblemáticos prédios da história de União dos Palmares. Infelizmente, existe apenas em poucas fotografias e na memória de alguns que puderem vê-lo em pé.

Construída no século XIX (1801-1900) com características da arquitetura neoclássica brasileira a Casa do Cel. Basiliano Sarmento possuía a imponência que seu proprietário conservava na sociedade uniâoense da época. Resistiu durante mais de um século, porém não foi capaz de resistir ao descaso pelo qual a cultura é tratada pelo seu próprio povo. Restou apenas o portão de acesso que guarda um corredor, local onde um dia integrantes da nobreza, políticos de todo o Estado e palmarinos passavam para ser recepcionados pelo velho Coronel.

A destruição gradativa e definitiva na primeira década dos anos 2000 foi incapaz de sensibilizar os palmarinos, seus governantes e políticos, os quais nada fizeram para impedir este absurdo contra a história. O imóvel ficava na esquina da Rua Rui Barbosa com a Travessa do Mercado, bem próximo a Câmara de Vereadores e a praça que hoje homenageia seu dono, mesmo a proximidade com a casa dos representantes do povo não fez com que algo em defesa do patrimônio histórico-cultural acontecesse.

Evidentemente, a conservação de prédios históricos depende do nível cultural de um povo, os quais podem exigir que os administradores façam algo, porém, os palmarinos em sua maioria pouco se importam com sua própria história, basta constatar a situação das raras edificações antigas que ainda resistem no município em pleno 2020.

As poucas fotografias que existem da cidade no início do século XX registram prédios imponentes, dentre os quais a casa. Hoje, as imagens servem para lamentação da cidade que ainda poderia existir.

As lendas e histórias sobre o Casarão e o velho Coronel Basiliano, dono de uma imensa fortuna financeira, serão eternamente contadas assim como será eternamente lamentada a destruição do imóvel, por aqueles que realmente se importam com este pedaço de chão.
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Imagem: Croqui elaborado pela arquiteta Nathalie Lessa com base em fotografias do Acervo de Maria Mariá de Castro Sarmento.
Texto: Bruno Monteiro

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